Preço das coisas (Guarapari)
PEROÁ
Eu entrei no mar e fiquei algum tempo furando onda. Vinha uma onda, furava. Vinha outra, furava. Cansei. Fiquei boiando um tiquinho antes de voltar para a barraca.
Chegando lá, o pessoal que foi comigo me falou que precisavam beliscar alguma coisa, porque a fome tava de lascar. Nisso chegou a atendente para nos ofertar o que de melhor havia no quiosque.
Decidiram comer peroá!
- Temos um peroá aqui que nem está no cardápio...
- Ué, mas aqui tá escrito "Peroá - R$ 35,00"
- Este é o peroá médio, que dá para duas pessoas...
- Ahhh, e qual o outro?
- Acabou de chegar um peroá GRANDE, que fazemos por R$ 50,00
- CINQUENTA REAIS [todos gritaram]
- É, mas é um peroá especial mesmo, grande, farto, enorme... bitela!
Decidiram comer o peroá grande!
Cerveja vem, cerveja vai... deu vontade de mijar. O banheiro... ocupado! Corri no mar, já que Iemanjá não iria discutir comigo por conta de 200 ml de mijo naquele mundão d'água. Mijei disfarçado de furador de ondas, numa nice. Resolvi me refrescar mais um tiquinho... fura onda aqui, uma boiadinha, uma olhadela nas gatinhas (pouquíssimas, quase nulas). Resolvi voltar para a barraca.
- Aê, Clovisnáilton... o peroá chegou!
- Ué, cadê?
- Tá aí...
Na mesa, uma carcaça. Grande carcaça, mas não tão grande.
Sobrou pra mim o rabo do peroá e uma carninha que o peixe traz no queixo. Só. Paguei R$ 10,00 (no rateio) para comer "rabo de peroá" e a bochecha do peixe-porco.
Só para desencargo de consciência, fui no outro dia numa peixaria lá no centro de Guarapari e o peixeiro, que deve conhecer quem é turista e quem não é, queria me vender o MESMO PEROÁ tamanho Jô Soares por R$ 11,00 o quilo.
ONZE REAIS.
Aposto que para um nativo ou amigo do peixeiro, o peroá deve custar nove. Para mim, que era turista, só comer o rabo custou dezinho!
Eu entrei no mar e fiquei algum tempo furando onda. Vinha uma onda, furava. Vinha outra, furava. Cansei. Fiquei boiando um tiquinho antes de voltar para a barraca.
Chegando lá, o pessoal que foi comigo me falou que precisavam beliscar alguma coisa, porque a fome tava de lascar. Nisso chegou a atendente para nos ofertar o que de melhor havia no quiosque.
Decidiram comer peroá!
- Temos um peroá aqui que nem está no cardápio...
- Ué, mas aqui tá escrito "Peroá - R$ 35,00"
- Este é o peroá médio, que dá para duas pessoas...
- Ahhh, e qual o outro?
- Acabou de chegar um peroá GRANDE, que fazemos por R$ 50,00
- CINQUENTA REAIS [todos gritaram]
- É, mas é um peroá especial mesmo, grande, farto, enorme... bitela!
Decidiram comer o peroá grande!
Cerveja vem, cerveja vai... deu vontade de mijar. O banheiro... ocupado! Corri no mar, já que Iemanjá não iria discutir comigo por conta de 200 ml de mijo naquele mundão d'água. Mijei disfarçado de furador de ondas, numa nice. Resolvi me refrescar mais um tiquinho... fura onda aqui, uma boiadinha, uma olhadela nas gatinhas (pouquíssimas, quase nulas). Resolvi voltar para a barraca.
- Aê, Clovisnáilton... o peroá chegou!
- Ué, cadê?
- Tá aí...
Na mesa, uma carcaça. Grande carcaça, mas não tão grande.
Sobrou pra mim o rabo do peroá e uma carninha que o peixe traz no queixo. Só. Paguei R$ 10,00 (no rateio) para comer "rabo de peroá" e a bochecha do peixe-porco.
Só para desencargo de consciência, fui no outro dia numa peixaria lá no centro de Guarapari e o peixeiro, que deve conhecer quem é turista e quem não é, queria me vender o MESMO PEROÁ tamanho Jô Soares por R$ 11,00 o quilo.
ONZE REAIS.
Aposto que para um nativo ou amigo do peixeiro, o peroá deve custar nove. Para mim, que era turista, só comer o rabo custou dezinho!
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