Um país deste tamanho e não temos ferrovias operando!

segunda-feira, maio 28, 2018 Clovisnáilton

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Temos aí em cima um mapa descrevendo a malha ferroviária da China.

A China, meus amigos, tem 9,5 milhões de quilômetros quadrados e o Brasil tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados. A China é o 4º maior país em dimensão territorial, enquanto o Brasil é o 5º.

Nem é preciso inserir aqui, neste espaço, alguma foto da malha ferroviária do Brasil, não é mesmo? Só da gente vê, na figura acima, dá para sentir o quanto não demos importância para este importante meio de escoar mercadorias de um polo ao outro do país, ou mesmo deslocar pessoas de um ponto ao outro de um país de dimensões continentais.

Nossos governantes não pensam no futuro. São imediatistas. Imediatistas e tendentes à se adequarem aos lobbys, das urgências e anseios das grandes corporações internacionais e construtoras. 

Na década de 50, o Brasil preteriu as estradas do que as ferrovias. Mais estradas, mais importações de automóveis e caminhões (favorecendo Ford, Chevrolet, etc) e pronto: estradas rasgando nosso país, de norte a sul, muitas com diversos problemas até mesmo de planejamento básico, os buracos de sempre, os acidentes de sempre, as demandas por consertos e remendas de sempre, e o sempre contínuo e infinito de problemas e soluções paliativas. 

Enquanto isso, nossas ferrovias deixaram de ser prioridade. Porque priorizar um investimento demorado e caro como fazer ferrovias? Se precisavam importar os automóveis e os caminhões? Ora.. larguemos isso de ferrovia para lá, não é mesmo?

A greve dos caminhoneiros de 2017 foi um esboço do que, no próximo ano, viria a ser a greve bem mais sucedida da história do Brasil. O país, literalmente, parou. TODO O PAÍS PAROU. Tudo bem que a pauta principal foi e está sendo a diminuição do preço do diesel, mas expõe, para nossos governantes, para a população em geral, que lá na década de 50 demos um passo errado, aliás, um deles. Não temos plano B para uma mobilização tamanha como esta que dos caminhoneiros deste país.

Ficamos de mãos atadas, observando uma classe específica se mobilizar para pressionar o governo federal, mormente, pedindo uma benesse que aplica à sua classe. Tudo bem que outros pedem a intervenção militar e citam um determinado candidato à presidente como a salvação da lavoura; outros pedem que aquele governante máximo seja solto; outros somente participam, vendo no que vai dar a paralisação nacional.

Enquanto isso, itens de primeira necessidade começam a faltar nos supermercados, nos postos de gasolina, nos hospitais. E o governo? O governo tenta negociar, abaixando o valor do diesel para aquela categoria e nós, demais brasileiros, assistimos impassíveis os desdobramentos da paralisação, sem gasolina e álcool nos nossos carros e vendo nossas geladeiras sucumbirem ao vazio da falta de alguns alimentos.

Acho que toda forma de protesto contra um ato que vai de encontro com os anseios da população é válido. Acho, também, que é um absurdo a população pagar, como sempre pagou, o preço da corrupção que assolou (no passado) e que pode estar ainda assolando nossa maior empresa, a Petrobrás. Sim... nós estamos pagando pela recuperação da empresa, nos aumentos de combustível constantes e, para a grande parte da população, "injustificável". Temos informação que em países fronteiriços, a mesma gasolina custa a metade do que é vendida aqui, mas temos que entender que tudo isso é parte do jogo, do jogo econômico.

O que dói, no bolso, é ver e constatar que no nosso litro de combustível incide tanta carga tributária. Isso a gente não entende, a gente simplesmente não consegue entender.

Nos causa aflição saber que membros do governo anterior, deste, do outro, daquele outro antes daquele usufruía de privilégios para operar o que a Operação Lava-Jato apurou... e ainda está apurando. Toda a informação desses corruptos, aliada às altas do combustível mês a mês, nos causa nojo desta classe política, nos causa repulsa desta classe dominante, nos causa ojeriza desta forma de tratar a população, com desdém e com sentimento de desprezo.

Enquanto isso, na China, mais um trem de carga foi carregado, mais um trem parte repleto de cidadãos que saiu horas atrás de uma cidade e chegou em outra cidade, do outro lado do país.

E a gente? A gente batendo cabeça, pedindo a renúncia do governante do nosso país, ouvindo boatos falsos de que chegou gasolina no posto, pensando que se no supermercado chegou aquele item que já estava em falta na semana passada, e que se chegar, irá dobrar de preço, acessando a televisão e sendo bombardeados com informações midiáticas, que ora tendem a serem verdadeiras, ora tende a desinformar a população.

Esse ano temos eleições. Acredito que nós, da geração dos anos 80, 90... não vamos ver mudanças no país, não. Acredito que nem nossos filhos verão, quiçá nossos netos. Mas daqui uns 150 anos, se conseguirmos conscientizar que nem sempre o mais rápido é o melhor para nosso país, que é necessário calma e planejamento, nossos bisnetos viverão num país digno de ser chamado de "país do futuro".

Por um Brasil melhor em 2.168 (daqui a 150 anos), temos que começar a expurgar estes políticos viciados do cenário nacional. 

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