O país das ovelhas

quinta-feira, dezembro 01, 2016 Clovisnáilton

Era uma vez um país lindo, maravilhoso, verdejante, onde tudo que se plantava dava, sem terremotos, maremotos, tufões, furacões e habitados por ovelhas, carneiros e pequenos e lindos cordeiros, e todos viviam em relativa harmonia.

Mas, como qualquer país, seja ele de ovelhas, burros, jumentos e cavalos que se preze, haviam diferenças de pensamento, ideologias. Para colocar ordem na bagunça, resolveram, entre eles, atribuírem à determinados cidadãos ovelhas e através do voto popular, alguns dos quais resolveriam os conflitos, dos mais básicos aos mais complicados, e estes foram responsáveis para instituir as leis que iriam reger o país e seus habitantes. Por outro lado, os melhores cidadãos, através de provas, seriam atribuídos títulos e resolveriam os conflitos judiciais daquela comunidade. E, para gerir aquela máquina recém criada, as ovelhas e carneiros precisavam trabalhar em prol da comunidade e foram criados então empregos públicos para as mais diversas áreas.

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Entretanto, toda a população morria de medo do terrível vírus da corrupção que assolava aquele lindo país desde o seu descobrimento. Este vírus, dentro do corpo da ovelha, fazia com que o cidadão, aos poucos, se transformasse em terríveis lobos, lobos estes que não exita em atacar, ferozmente, todas as ovelhas, carneiros e lindos cordeirinhos para tirar proveito de qualquer, qualquer coisa, da mais ínfima à mais aberratória forma de dizimar, expropriar, liquidar e afundar toda a sociedade.


E é nos mais altos escalões do país das ovelhas que o vírus da corrupção ataca de forma mais voraz: são políticos, empresários, magistrados, representantes religiosos que quando contaminados, vão se transformando internamente em lobos, deixando somente a pele da ovelha e do carneiro à mostra, dificultando ou tornando mais difícil a percepção, das outras boas ovelhas, de que aquele membro da sociedade está terminantemente imprestável para o convívio social.

Algumas ovelhas, temendo o pior, juntaram-se em uma força-tarefa para tentar eliminar aquele vírus pestilento daquela sociedade: juízes, promotores, delegados, policiais, cidadãos honestos... enfim, toda uma sociedade bradou um NÃO À CORRUPÇÃO e conseguiram e estão conseguindo detectar ovelhas infectadas, até o último fio de lã, e assim retirar aquele indivíduo de dentro da sua zona de conforto e colocá-lo atrás das grades.

Mas o vírus é traiçoeiro, astuto. O lobo corrupto é ardiloso, faz-se valer de anos e anos de experiência, prestígio (entre os corrompidos) para maquiar suas intenções, seus desejos, suas artimanhas políticas em benefício próprio. Ponderam entre eles a melhor forma de barrar aquela força-tarefa, riem da cara das outras ovelhas quando instituem ou tentam instituir formas de isentar-se de pena com relação aos crimes cometidos, "dobram a aposta" quando se encontram em risco de serem presos, vitimando-se e dizendo perseguidos injustamente.

O país das ovelhas é lindo, é verde, é amarelo, é azul, é branco! O país das ovelhas tem seus defeitos, suas virtudes, seus encantos e desencantos. O país das ovelhas não pode compactuar com seus cidadãos infectados ditando suas leis em benefício de uma determinada categoria presumidamente corrupta, inapta moralmente e que só estão no cargo em que se encontra por conchavos políticos, "votos de cabresto" e outras formas vis de se perpetuarem no poder. 

Resumindo, o país das ovelhas merece respeito!

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