Contos da Mega-Sena

quinta-feira, junho 30, 2011 Clovisnáilton


Era uma vez um rapaz que era muito bom de mira, o Nostradamus. Descobriu isso durante uma discussão com um colega de sala, quando era criança. Bateram boca por conta de um carrinho Matchbox que o amiguinho pegou emprestado e não devolveu e, quando passaram para o empurra-empurra, os demais amigos apartaram a briga. Quando iam um para um lado e outro para o outro, aquele que levou o carrinho pegou uma maçã de dentro de sua pasta e jogou em direção do Nostra (apelido carinhoso). Nós (também outro apelido de Nostradamus), como se tivesse um sexto-sentido do aracnídeo mais famoso das revistas em quadrinhos, conseguiu pegar a maçã e devolveu-a, diretamente na testa do encrenqueiro.

Pegou a fama. Passados uns poucos anos, já na idade de servir o exército, entrou para o Tiro de Guerra, sonhando em ser atirador. E o melhor é que ele era um atirador nato: lá era ele e mais ninguém. Foi condecorado por diversas vezes e ganhou mais status na cidade em que nasceu e sempre viveu.

Nostradamus tinha pouco mais de 18 anos e era o cara que tinha a melhor pontaria da sua cidade, do seu estado e quiçá do país! Circo? Aquelas armas de pressão? Ah, aquilo era fichinha! As moças adoravam ir passear no circo com Nós (apelido, gente, apelido), pois sempre voltavam com enormes ursos de pelúcia e outros presentes dados a quem acertava o alvo mais difícil, mais complicado. 

Certa vez, Nostra teve sua primeira relação sexual. Ah, era década de 70, tudo muito liberal... e Nós acertou em cheio seu espermatozóide no óvulo de sua então namorada. Este menino, de mira incrível! Disse ele, no bar, tentando esquecer o safanão que o pai da namorada dera momentos antes, obrigando o casamento. Lembro que ele falou que estavam os dois namorando pelados (ela era virgem e pediu para que não rolasse nada), tirando aquele sarrinho dentro do Simca Chambord quando Nostradamos acertou em cheio 'seu negócio na negócia' dela. Nem teve dor nem nada! Foi 'pá' e 'bola', certeira e sem chance de defesa. 

Passaram-se anos, anos que viraram décadas e eis que encontro Nós, agora na cidade grande. Mudara com a família (esposa e 10 filhos) para a capital, pois acertara um contrato muito lucrativo com uma grande empresa do setor automobilístico. Este Nostradamus, sempre sortudo e com sua mira incrível. Conversando perguntei se ainda tinha o dom! Respondeu que sim, tirando uma moeda de R$ 0,25 do bolso e, do nada, acertou, certeiro, a moeda dentro de uma lixeira que estava do outro lado da rua, uns 50 metros de distância! Fiquei boquiaberto - este Nós, este cara é o cara!

Agora mesmo recebi um e-mail dele. Conforme estou lendo, seu próximo objetivo é acertar na loteria... e NA MOSCA!

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