Quarta de Poema

quarta-feira, janeiro 26, 2011 Clovisnáilton


Esperança

Ouvia dizer para ter esperança
Que as coisas iriam mudar, que poderia mudar
De vida? De cidade? De esposa?
Mas devia ter esperança
Sempre

Igrejas, santuários... até museus, se tivessem em seu caminho
Perseguia, esperança, em todos os lados
Cantos? Frestas? Esquinas?
A esperança um dia iria vir
Esperava

Para tantos anos de espera nas filas das lotéricas
Dos sonhos, dos desejos
Um bicho com patas sujas marcou seu volante
Tettigoniidae? Tanto faz...
Inseto

Cada pata, um número
Cada sujo, uma marca
Seis marcas no papel verde
Graxa? Tinta? Óleo?
A esperança morreu esmagada em cima do volante da Mega-Sena
e os seis números não jogados vieram para seu funeral


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