Bertioga: buracos e radares.

terça-feira, janeiro 18, 2011 Clovisnáilton

Passei uma semana em Bertioga, justamente nesta semana onde o céu caiu em São Paulo, Rio de Janeiro e sul do estado de Minas Gerais. Uma semana de muito ficar quieto na pousada, de ir ali rapidinho e voltar com a chuva no lombo e ver a cara do sol tipo de esquadro, escondido por entre as nuvens densas que, repentinamente, surgiam por detrás das serras.

Eu, em anos passados, passei uma semana na ótima cidade de Guarujá, também litoral paulista. Quando escolhemos Bertioga, imaginamos estar indo para uma cidade irmã, com belos calçadões, com belas praias, quiosques acolhedores, belas paisagens, ótimos restaurantes e outras opções turísticas para nos encher os olhos. Infelizmente, Bertioga está mais para um daqueles bairros de subúrbio, daqueles bem distantes, esquecidos do poder público do lugar (e esta parece ser a realidade política da cidade). Bertioga está mais para ser a prima pobre de Guarujá, isso sim! Enquanto uma esbanja modernidade, a outra vive à luz de lampião. Esta foi a impressão que tive ao passar alguns dias lá.

Depois de muito dirigir o Pelomenos, chegamos na cidade. Placas de velocidade máxima permitida (40 km/h) por toda a parte, juntamente com inúmeros radares. Aliás, o que existe mais na cidade são radares e buracos. Como alcançar velocidade superior à 40 km/h naquelas ruas? Só com um Monster Truck, e olhe lá, ou com um automóvel dos outros, lógico, juntamente com um motorista que queira deixar a suspensão para o "amigo" arrumar. Enfim chegamos na pousada, mas não antes de driblar poças e mais poças d'água para chegar ao endereço. As ruas de Bertioga são verdadeiros criadouros dos mosquitos, creio eu, na minha santa ignorância. Por todo lado que se vê, há poças d'água espalhadas pelas ruas que dão acesso... à praia? Não... e sim! As ruas dão acesso à praia, mas o carro não passa! Você deixa o automóvel e anda até chegar numa praia de areias escuras e o mar... ah, o mar, infelizmente, sujo por conta das chuvas. 

A pousada salvou. Ótimo atendimento dentro das inúmeras dificuldades de ser empreendedor bertioguense, principalmente na área de turismo. Não ficamos numa pousada de alto-luxo, nem meia-estrela, mas num ambiente familiar, acolhedor, simples, mas um simples-plus! Deixei o fusca na rua, comprei meia dúzia de cerveja e conversei com o dono do lugar, que nos confidenciou que o problema de Bertioga é justamente o poder público, inoperante nas suas funções urbanísticas. Choveu, alagou. Choveu, alagou, tapou os buracos com água. Choveu, alagou, abriu mais buracos na pista já condenada! E as ruas secundárias da cidade sofrem com o descaso, a inércia municipal, ganham mais e mais buracos, ficam mais e mais intransitáveis. Na segunda-feira, dia 10, eu saí do supermercado com o Pelomenos peitando a chuva. Pra que... pra voltar com o rabo entre as pernas. Fusca geralmente não foge da luta, mas eu me borrei todo! A água ia subindo, subindo... dei meia volta na estrada e procurei um lugar seguro. Neste primeiro dia em Bertioga, pensei que a coisa iria ser daquele jeito.

No outro dia, tempo nublado! Pousada, praticamente. Quando chegou à noite, fomos à um restaurante comer alguma coisa. Pedimos contra-filá, batatas fritas e arroz. O arroz, minha gente... o arroz estava uma coisa horrorosa. Sem sal, sem tempero, acho que nem afogaram. E, após reclamarmos do gosto, tivemos a resposta: "aqui o arroz é feito assim... e ninguém nunca reclamou". Mas a gente reclamou. Comi o arroz, temperando no prato com azeite e sal. Incrível.

O SESC salvou. O SESC Bertioga é coisa de primeiro mundo. Instalações de primeira, muito conforto, segurança, piscinas muito boas e excelência no atendimento. Muito bom o passeio por lá.

E o joguinho da Mega-Sena. Ah, pode falhar não! Encarei uma fila quilométrica na segunda para fazer meus jogos lá na Lotérica Boa Sorte. Infelizmente, não tive "boa sorte" e só fiz um triplo na Dupla Sena que, como todos sabemos, não vale absolutamente nada! 




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