Estudar jogos anteriores, anotar números mais sorteados, fazer análises combinatórias, equações e inúmeras contas não aumentam a probabilidade de um jogador acertar os números da Mega Sena, que está acumulada em R$ 85 milhões e será sorteada neste sábado, às 20h, em Santa Rosa de Viterbo, em São Paulo. 

— A pessoa pode até acreditar no seu esquema, mas é improvável que ele funcione — explica o professor de estatística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Marcelo Menezes Reis. 

O especialista exemplifica que para um jogador aumentar significativamente a chance de ser o felizardo, ele teria que jogar 25 milhões de cartões da loteria. Ou seja, um investimento bastante elevado para fazer parte da história do segundo maior prêmio da Mega Sena. Os bolões até ajudam se pensarmos na quantidade de números apostados. Porém, não há garantias, independentemente da combinação. 

Diferente de outros jogos que têm reposição, como as cartas, o sorteio da Mega não oferece a oportunidade do número voltar, o que descarta a possibilidade de estudar ou analisar a partida. O sorteio já traduz o próprio nome: é sorte, diz o professor.

Combinações

Reis conta que existem 50.063.860 milhões de maneiras diferentes de combinações de números para um jogo. Um estudo de probabilidade muito usado pelos 'estudiosos em apostas' é a divisão do número total de possibilidades pelo número de cartões. 

Um exemplo citado pelo professor de ter a certeza de quais números serão sorteados foi a de um britânico, Carl Pierson, que criou um dispositivo automático para estabilizar a quantidade de vezes que o lado da moeda - cara ou coroa - teria chances de cair em uma aposta. Ele precisou jogar 24 mil vezes para atingir a estabilidade na simulação de acertos. 

Para os apostadores, fica apenas uma certeza: ganha quem realmente tiver sorte. Nem adianta procurar a escritura nas estrelas.