O ruim da tecnologia

sexta-feira, maio 14, 2010 Clovisnáilton

Ontem, voltando do serviço, quase onze horas da noite. Peguei a lotação já lotada (incrível como o ônibus que serve minha região anda lotado, sempre), fiquei próximo à porta de saída e comecei minha viagem através da janela.

Eu fico observando as luzes da cidade, observo os automóveis e as possantes motos que passam zunando nas ruas, observo a correria das pessoas, observo os bares cheios, observo tudo. E gosto de observar tudo isso em paz.

Ontem não deu.

Chegou um camarada, um maloqueiro, e sentou no degrau do coletivo. Da sua calça cheia de bolsos, sacou seu celular, muito bonito por sinal, e colocou uma música para TODOS ouvirem.

Barango. Maloqueiro e barango, coisas altamente indissociáveis. Ele usava um boné de marca por mim desconhecida. Usava uma camiseta de marca também desconhecida (tinha um rinoceronte, isso eu lembro), estampada no peito. Por cima, uma blusa de frio, com um capuz. Tinha também correntes de prata, grossas, um tênis branco que nunca vi mais feio na minha vida... ou seja, um autêntico maloqueiro. E maloqueiro pagodeiro e barango! Putamerda, que tristeza...


Juro para vocês que, quando ele tacou a primeira música (desconhecida, por sinal), peguei meu aparelho de MP3, modestinho, e liguei. Ouvi meu rockzinho anos 90, ao contrário do companheiro, com meu fone de ouvido e tentei curtir a viagem.

Mas, numa boa, depois do acontecimento, fudeu o "sonho" da loteria todo. Ficava olhando para a cara dos outros usuários e 99,9% reprovaram a atitude do maloqueiro-pagodeiro barango. Primeiro por obstruir a passagem para descer do coletivo, segundo por usar o seu dispositivo celular/radinho e limpador de tóba no último volume, incomodando todos os presentes. Fiquei pensando como a tecnologia pode ter seu lado bom e o péssimo: ali estava o segundo exemplo. 

Fone de ouvido é para os normais. Usar o som do celular, para os barangos de plantão.

E foda-se o mundo que eu desço no próximo ponto...

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