Ganhou... mas não levou.

terça-feira, maio 25, 2010 Clovisnáilton

Gente, olha só esta história:




Já imaginou? Concurso 450 da Loto, minha gente!! Puts... se fosse comigo. Lê aí a matéria que seiu no Diário de São Paulo:





Família de ganhador da Quina pode levar prêmio após 22 anos

Justiça obriga Caixa a pagar R$ 2,2 milhões a metalúrgico que fez aposta em 1987. Jogo não foi registrado


FABIANO NUNES
fabiano.nunes@diariosp.com.br

A família do metalúrgico Jonas Manoel dos Santos espera há 22 anos para receber um prêmio da Quina que hoje já chega a cerca de R$ 2,2 milhões. Em setembro de 1987 ele apostou os mesmos números que costumava jogar (03 - 29 - 37 - 51 - 66 e 98). E foi exatamente essa sequência sorteada no concurso 450. Mas, como no caso de Novo Hamburgo (RS), o jogo não foi registrado na Caixa Econômica Federal (CEF).

O carro da casa lotérica foi roubado no dia do sorteio e a fita magnética — onde a aposta estava gravada  — acabou sendo extraviada. A Justiça já condenou a Caixa a pagar o prêmio, mas o banco recorreu. A decisão final ainda não saiu.
Em julho de 1995, o metalúrgico morreu, aos 47 anos, após sofrer parada cardíaca. “Ele ficou deprimido com a história do prêmio. Teve problemas de saúde e perdeu o emprego. Não dá para ligar uma coisa à outra, é claro, mas isso o deixou abalado profundamente”, afirma a filha de Jonas, a secretária Patricia Araújo Santos, de 34 anos.

A odisseia da família teve início logo após Jonas descobrir que era um dos novos milionários da loteria. Na época, a Caixa dividiu o prêmio entre quatro jogadores e cada um levou a bolada de CZ$ 8 milhões.  “Meu pai foi até a agência da Caixa para retirar o dinheiro e eles já apresentaram um boletim de ocorrência dizendo que a casa lotérica havia sido roubada. Mas ele estava com um boleto onde o jogo estava registrado”, lembra a filha.

Ao contrário do que acontece hoje, quando os jogos são registrados on-line, naquela época as apostas ficavam gravadas em fitas magnéticas.
Na agência, Jonas preencheu um formulário para exigir que o bilhete fosse reconhecido. Um mês depois, a Caixa respondeu  que não havia como pagar a aposta. No mesmo mês, o metalúrgico entrou na Justiça com a intenção de forçar o banco a reconhecer seu boleto.

Em fevereiro de 1994, a primeira decisão da Justiça foi favorável à família do metalúrgico. O juiz Arnaldo Penteado Laudisio, da Justiça Federal de São Paulo, condenou a Caixa a pagar o prêmio, mas o banco recorreu. Em 2001 a Justiça negou, por unanimidade, a apelação da Caixa. O banco entrou com novo recurso, que tramita até hoje no Tribunal Regional Federal.

“O caso já está tramitando. Entramos com a execução da sentença e o banco tenta um último recurso. Mas o valor já está depositado em juízo”, explica o advogado Antônio Lourenço dos Santos Gadelho, que representa a família no caso.

O advogado acredita que a decisão final também será favorável. “Creio que agora não tem como perder. A Caixa entrou com todos os recursos cabíveis e eles perderam todos. Resta um último argumento na fase de execução”, diz. A Caixa Econômica Federal afirma que, como o processo está em andamento, prefere não comentar o caso.
Perícia reconhece o jogo
Em uma das decisões favoráveis, o juiz federal Batista Gonçalves reconheceu que o bilhete deveria ser pago pela Caixa Econômica Federal. “A perícia apontou autenticidade do cartão de aposta. Tendo havido acerto dos prognósticos com os números sorteados é liquido e certo o direito do autor ao recebimento do prêmio”, escreve o juiz.

O bilhete foi registrado na Casa Lotérica Central, em São Miguel Paulista, Zona Leste. O DIÁRIO tentou falar com o responsável pela casa, mas uma atendente afirma que só o advogado poderia comentar  o caso.  “A Justiça não cobra da casa lotérica o prêmio. Eles foram vítimas de assalto. Pela decisão do juiz, a Caixa é a única responsável pelo pagamento do prêmio à família do Jonas”, diz o advogado Antônio Gadelho.

Em sua sentença, o juiz afirma que o banco não tomou medidas de segurança para evitar o extravio das fitas magnéticas.
Em fevereiro de 2007 o Superior Tribunal de Justiça analisou outro recurso da Caixa e a relatora, ministra Nancy Andrighi negou a apelação.
Entrevista: Patricia Araújo Santos, filha do ganhador - ‘O sonho já se desfez’

DIÁRIO — Como o seu pai ficou pelo fato de não ter recebido o prêmio?

Patricia Araújo Santos —  Ele ficou deprimido e, logo em seguida, teve um problema na perna e precisou se afastar do trabalho. Quando voltou, foi despedido e ficou desempregado. A história mexeu muito com ele. Aos 47 anos teve um enfarte fulminante.

O que pretende fazer com o dinheiro?
Eu estou meio desacreditada. São 22 anos esperando pelo pagamento. A gente já sonhou, planejou e o sonho já se desfez. Não criamos tantas expectativas hoje. Mas se o prêmio sair vamos comprar uma casa para minhas duas irmãs mais novas e outra para minha mãe. Eu estou casada e já tenho a minha casa própria.

Você viu semelhanças com o caso de Novo Hamburgo?
No caso deles é um bolão. Mas o que chamou a atenção é que o presidente de loterias da Caixa disse que o banco é responsável pelos bilhetes emitidos em seus terminais. Isso é uma piada, porque meu bilhete foi emitido pelo terminal deles e até hoje não ganhamos.

Bolão não foi registrado pela lotérica
No mês passado, um grupo de 40 pessoas, que partipou de um bolão em Novo Hamburgo (RS), ganhou e não levou o prêmio de R$ 53 milhões do concurso 1.155 da Mega Sena.

Para a Caixa, ninguém ganhou o prêmio. O dono da lotérica disse à polícia que uma funcionária se esqueceu de registrar a aposta. A atendente Diane Samar da Silva, de 21 anos, confirmou a versão.

A defesa tentou reforçar o argumento com imagens registradas pela câmera interna da lotérica. Nelas, Diane vai ao local para checar o bolão sábado à noite, acompanhada de uma colega de trabalho. Após remexer em papéis de uma gaveta e verificar que a aposta não havia sido processada, leva as mãos ao rosto e demonstra desespero.

O pai dela também teria comprado uma das 40 cotas do bolão. A Caixa revogou a permissão da lotérica. As atividades da casa haviam sido suspensas em 22 de fevereiro. A Caixa chegou a divulgar nota em que esclarecia normas de segurança dos concursos e lembrou que proíbe os jogos coletivos. Mas, apesar da proibição, a prática é comum.

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