O futebol não é mais o mesmo

quarta-feira, dezembro 07, 2011 Clovisnáilton

Sou atleticano e antes de tudo sou um apaixonado pelo meu time, aquele Galo que na década de 70/80 dava show, que conquistou o Brasileiro de 71 com Dadá Maravilha ou o melhor elenco já visto, que tinha Reinaldo, Éder, Toninho Cerezo e outros atletas que sabiam o que era jogar bola.

Depois deste 4 de dezembro de 2011, eu acordei. Dei um basta nisso tudo, me coloquei sentado em frente ao computador, lendo as reportagens do meu time, vendo as entrevistas dos responsáveis pela humilhação sofrida, vendo os lances dos seis gols uma, duas, três vezes e tomei uma decisão: chega! Não vou ser mais destes torcedores apaixonados pelo Galo, não mais. 

Não, este torcedor não mais, porque o futebol não é mais como antes! Futebol hoje é um misto de elaboradas transações financeiras de compra e venda de jogadores para o exterior, contratos fabulosos em euros e dólares, de especulações e rolagem de dívidas. De futebol, vemos pouco ou quase nada.

Depois do vexame, muitas foram as teorias do fracasso atleticano, que indubitavelmente esbarraram na compra do jogo. Nada muito diferente da realidade brasileira em que vivemos, do "jeitinho" para tudo e dos exemplos que temos na vida política, em todas as esferas, em se tratando de corrupção, facilitação e outros meios de se chegar aonde se deseja. Eu também cogitei em armação, lógico, e mesmo diante da fala do presidente Alexandre Kalil sobre a derrota vergonhosa, do cancelamento do prêmio de um milhão pela permanência do Galo na Série A e da veemente afirmação que aquele jogo não foi comprado, ainda restam várias dúvidas:

Porque o Galo não jogou? Porque a zaga não funcionou? Porque o Galo entrou desconcentrado no jogo? Porque os jogadores tiraram a perna? Porque não rebaixamos o nosso arquirrival? Porque jogamos de forma tão bisonha e perdemos de forma tão vexatória? 

Muitos irão dizer que é coisa do futebol. Outros vão dizer que o momento era do Cruzeiro. A crítica especializada deste novo futebol dava por certo o rebaixamento do Cruzeiro e até o mais cético torcedor azul, até o mais fanático cruzeirense concordava que aquele seria um jogo que, se a Raposa fosse permanecer na Série A, que seria um jogo muito complicado, de poucos gols, diverso do que vimos ao final daquele triste domingo.

O futebol não é mais o mesmo. Temos que entender que não são só os 22 jogadores que decidem os rumos do placar, qual torcida sagrará campeã, qual será rebaixada ou se o combate irá terminar na igualdade de gols. Além dos atletas, dos dirigentes, da comissão técnica e das torcidas, temos também os investidores e os patrocinadores dos clubes, e estes também ditam as regras do jogo. 

Porque o Cruzeiro não foi rebaixado? Ora, porque o Galo jogou mal. Agora eu te pergunto: será que foi só por isso?


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