História de quem ganhou na Loteria

quarta-feira, novembro 23, 2016 Clovisnáilton



Não há nada mais gratificante do que ter uma boa conversa, numa fila de lotérica, com estes nossos apostadores já na "melhor idade", que curtem fazer uma fezinha na Mega-Sena, Quina e afim. Eu, particularmente, adoro ouvir suas histórias, reais ou fantasiosas, de pessoas que ganharam, quase ganharam ou perderam a chance de ganhar na loteria.

Ontem eu estava conversando com um senhor muito simpático na fila e ele me contou uma história, que vou transcrevê-la, logicamente, usando da linguagem poética para descrever fatos e situações:

A JOVEM VIÚVA MILIONÁRIA

A jovem Ana não imaginaria nunca que iria passar por tamanha provação na vida: nos altos dos seus vinte e três anos, filho pequeno, no colo e perder o marido, militar, de forma tão abrupta. Passado o luto, vieram as dificuldades: o aluguel da pequena casa, o sustento do lar e criar o pequeno João com a exígua pensão. Não havia alternativa a não ser, nos finais de semana, lavar e passar roupas para ajudar nas despesas que a vida lhe proporcionava.
Um belo dia, um vendedor de bilhetes da loteria tocou sua campainha, lhe mostrando uma cartela da Federal. Mostrava os números finais, condizentes com o ano de nascimento de Ana. Ela, que não conhecia do jogo, se mostrava receosa, queria comprar somente uma tirinha... mas o vendedor insistia que lhe venderia somente a cartela completa. O prêmio de Cr$ 1.000.000,00 (um milhão de cruzeiros) era tentador, mas tinha que pagar o aluguel na próxima semana, o dinheiro era contado. Insistiu ela, querendo somente uma tirinha, sendo negada pelo vendedor. De tanto insistir, Ana acabou cedendo e adquiriu toda a cartela.
Anos 70, não havia outra forma de saber o resultado se não indo na lotérica para ver, afixada, o resultados. Mas o vendedor, já ciente que aos sábados, à noite, uma rádio passava os resultados da Federal, ouviu, anotou e, estupefato, viu que da suas mãos partiu o bilhete premiado! Sim, os números do bilhete da jovem viúva Ana fora o escolhido. Correu o vendedor no domingo de manhã e exigiu uma compensação financeira. Ela não acreditou que havia ganho. Passados alguns dias, indo ao centro, conferiu o resultado: havia ganho! De posse da cartela, seguiu para a Caixa, fez todos os procedimentos e, em dez dias, fora depositado toda a premiação em sua conta. 
Com o prêmio, pode, enfim, respirar um pouco mais aliviada. Deu um bom dinheiro para o homem que lhe vendeu o bilhete, adquiriu uma bela casa e pode criar seu filho João, sem o peso da incerteza financeira que estava fadada a viver...

Gente, eu ouvia a história e me emocionava. Às vezes a gente tem que se deixar levar pelo momento. Imagina a jovem viúva, com o dinheiro contadinho para o aluguel que venceria na próxima semana... e se ela não comprasse aquela cartela?

Só sei que, chegando minha vez de fazer minha fezinha na Mega-Sena, comprei também algumas Federais para o Natal e para os dias próximos...

Vai que era um aviso?

0 comentários:

Postar um comentário