Ganhadores da Mega-Sena são libertados de sequestradores em SP

segunda-feira, dezembro 30, 2013 Clovisnáilton

Dois irmãos receberam quase R$ 8 milhões há três meses. Na segunda-feira (23), foram rendidos quando chegavam em casa

A polícia de São Paulo libertou de sequestradores dois ganhadores da Mega-Sena. Os irmãos receberam quase R$ 8 milhões há três meses, mas continuaram trabalhando como pedreiros pra não chamar atenção.

Na segunda-feira (23), foram ao banco e sacaram R$ 5 mil pra passar o Natal, na Bahia, com a família. E foram rendidos quando chegaram em casa. Mas a polícia já investigava a quadrilha e descobriu o lugar do cativeiro, em Guarulhos.

No tiroteio, um sequestrador morreu. Um foi preso e outro fugiu. Um dos irmãos libertados disse que vai doar o dinheiro da loteria.


Olha, vou tentar ser imparcial ao comentar esta notícia. Vou tentar! Primeiro, pelo modus operandi dos ganhadores e pelo trabalho (pedreiro), logicamente trata-se de pessoas humildes. Apostaram, ganharam e tentaram levar uma vida normal para não chamar a atenção. Mas não chamar a atenção de quem?

Segundo, eu penso que sim, devemos não chamar a atenção, mas isso não quer dizer que o cara tem que ir ralar de pedreiro para Zé, João e Maria não desconfiar. Todo mundo sabe como é árduo o trabalho na construção civil, e há de se convir que, cada um com R$ 4 milhões na conta, um dos luxos da vida é... trabalhar de pedreiro? E isso tudo é para não chamar a atenção... de quem?

Terceiro, um dos irmãos falou que vai doar o dinheiro. Aposto que já está falando que este dinheiro é coisa do capeta, que só trouxe desgraça para a vida dele e que é melhor ter Deus no coração do que R$ 4 milhões na conta poupança. Isso geralmente é o 'ensinamento' que alguns pastores da periferia incutem no cérebro pouco usado dos moradores mais afastados da cidade. 

Taí... já desconfio de quem eles estavam não querendo chamar a atenção...

Mas ainda tem uma quarta coisa: eles falaram para alguém que tinham ganho na loteria. E (é uma suposição) este alguém deu a dica aos sequestradores ou para alguém que conhecia alguém e que conhecia os marginais. E agora vamos ver o quanto pia este rapaz que foi preso.

Mudando de pau para cavaco, quando eu falo que não devemos chamar a atenção é justamente não OSTENTAR. Eu já li um relato de uma pessoa que ganhou milhões de reais na loteria que, onde ele morava, não tinha como esconder que ele havia ganho. Nisso ele e a esposa resolveram MUDAR DE CIDADE. Ele tinha um emprego, conseguiu outro em outra cidade e a esposa, que era professora, conseguiu um emprego numa escola. E para lá partiram, junto com os filhos. Na nova cidade, sem ninguém que os conhecesse, puderam comprar um apartamento bem melhor do que ele viviam, conseguiram trocar o carro 'pau velho' por um automóvel muito melhor, passaram a usar roupas melhores, não que as que usavam eram ruins. Passaram a desfrutar do dinheiro, MODERADAMENTE, e ninguém nunca desconfiou que ali, naquela família, havia caído um prêmio acumulado da Mega-Sena. Como o cara era bem profissionalmente, todos acreditavam (ou não tinham motivo para não acreditar) que o luxo ou a melhoria de vida da família não vinha do trabalho. Férias na Europa? Ora, para quem tem um bom cargo numa boa empresa, tem condição de bancar!

Não dar na cara que ganhou na loteria é difícil, eu sei! E ainda mais para quem é mais humilde. Para quem tem uma condição financeira ou profissional bem definida, como no caso que contei acima, dá para ludibriar o pessoal... mas e quando o prêmio cai na mão de quem não tem absolutamente nada? O cara mora num barracão, numa periferia, uma dúzia de filhos, três ex-esposas... como é que este cara vai lidar com isso? Sumir no mundo? Esquecer as raízes? Ou levar planta, terra e vaso para onde for? Olha o caso dos dois pedreiros... tentaram não transparecer que cada um tinha mais de R$ 4 milhões na conta e foram sequestrados quando chegaram em casa, na Bahia, com 'míseros' R$ 5 mil que retiraram para passar o Natal com a família.

Saidinha de banco? Mas saidinha com sequestro? Estranho, né?

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