Supermercado num mundo alienígena

segunda-feira, fevereiro 28, 2011 Clovisnáilton

Hoje eu tive um sonho, numa boa... muito feladaputa! 


Estava no supermercado, num dia de movimento mediano. Não sei porque cargas d'água, todo o estabelecimento começou à balançar, um barulho da porra e, quando dei por mim, estava no espaço! Sério! Lá de cima, via o planeta Terra, em toda a sua magnitude.


Eu, Seu Barbosa, Tãozinho, Bochechinha, Margarida, todos do escritório, do depósito e alguns clientes... todos dentro da nave supermercado, que ganhava o espaço sideral rumo à... rumo à onde? Ninguém sabia dizer! Só sabíamos que estávamos indo, indo, indo... começou à bater desespero, menos fome, porque afinal estávamos dentro de um supermercado. Olhei para fora e vi imensos foguetes e seus suportes saindo da parede do supermercado, coisa de filme de ficção científica mesmo! Bebemos alguma coisa quente, porque o Seu Barbosa deixou. Tãozinho, crente, bebeu muita água; eu tomei vodka e o gerente, whisky 12 anos! Gente... de repente, aquela tremedeira toda e começamos à pousar num planeta verde! Sério, minha gente... o planeta era verde, verdinho verdinho.

Quem bebeu, bebeu; quem comeu, comeu; quem dormiu, dormiu. Assim que pousamos, ouvimos uns rugidos, uns gritos aterrorizantes vindo de dentro da densa floresta. Seu Barbosa, que sempre achei um tremendo de um bundão, pegou umas facas Tramontina e outros objetos 'perfuro-cortantes' e nos armou: cada um com um tipo de faca! Eu fiquei com um saca-rolha, única coisa que sobrou! Fizemos uma expedição e saímos para averiguar o lugar!

Tudo, mas absolutamente tudo era enorme. Grama era árvore, pra você ter idéia. Ou ficamos todos minúsculos ou o adubo naquele lugar era tinino! E andamos uma eternidade. Imagina você andar umas 5 horas? E depois de andar, você olha para trás e vê o quão longe está! Foi assim que me vi, depois de suar o toba de tanto andar pelo mato. Olhei para trás e vi o supermercado, aliás, a nave-supermercado, lá no meio da ravina. 

Num dado momento, numa distração qualquer, um dos nossos clientes sumiu. Passamos à procurá-la, gritando pelo mato: "Dona Letíiiicia... Dona Letíiiiicia... onde está a senhoooora?"... e nada de contato! Aí começou aquele desespero: "será que não estamos sozinho?" ou "para onde foi a atleticana?" dentre outras especulações. Dona Letícia era uma senhora que sempre pegava promoções no supermercado. Ela morava perto e, precisamente às 8 da manhã, chegava para praticamente 'bater ponto', buscando as ofertas do dia, da tarde e do anoitecer! 

De repente, um barulho no mato! O Tãozinho, maaaacho para caramba, quase desmaiou! Bochechinha, acatando as ordens do Seu Barbosa, juntou um pedaço de pau e afastou as folhas! Lá, naquele emaranhado de cipós, se encontrava a Dona Letícia, dizendo palavras desconexas, tipo "vamos subir, Galô" e "vai, Tardelli, toca para o Neto Berola que ele tá livre". Assustamos! Como? Quando? Quê? Não é possível! Não estaríamos à sós? Foi quando caiu um puta dum raio e vimos, estarrecidos, o pior que estaria por vir!

- Olha lá, negada... extraterrestres!!

Quem tinha mijo na bexiga, fez na calça! Quem estava com dor de barriga, aproveitou o momento e sujou a cueca! Tãozinho gritava feito moça, correndo em círculos! Seu Barbosa pegou sua faca Tramontina, apontou para os aliens e gritou: "vamú fugíiiir, pessoal".

Fudeu! O mundo ficou pequeno para as três raças: os humanos, os alienígenas e o Bochechinha, que corria cantando "I will survive", da Glória Gaynor! E o sangue começou à escorrer pela verde vegetação daquele planeta perdido. Eu, vendo aquele pesadelo todo, resolvi inovar, porque o que estava acontecendo é que os aliens estavam caçando todos que andavam em conjunto. Por isso, pensando em mim mesmo e no meu jogo da Mega-Sena que carregava na carteira, saí fora do grupinho, me desgarrando do rebanho. Mas peguei um caminho mais longo para a nave-supermercado. De longe, de muito longe, vi o Seu Barbosa, Tãozinho, Margarida e o viado do Bochechinha 'embarcando' no supermercado enquanto eu gritava "espere por miiiim", como no filme Platoon. Deu para ver ainda a Dona Letícia, empunhando a bandeira do galo e gritando "vão se fuder, cambada de viadinhos azuis" para os alienígenas malvados. Mas de nada adiantou meus pedidos, minhas súplicas, de nada adiantou: eles ligaram os motores e partiram para casa, me deixando sozinho com os monstros daquele maldito planeta endemoniado.

E pra piorar, eu acessei o site da Caixa Econômica e conferi meu bilhete: havia acertado a Mega-Sena acumulada e tinha 90 dias para voltar para casa, além de me manter vivo, porque morto não recebe porra nenhuma de prêmio.

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